sábado, 2 de maio de 2009

Artigo Açoriano Oriental dia 27 de Março 2009

AÇORES – 9 ILHAS EM FLOR


A meados da década de 80, a Direcção Regional de Turismo instituiu um concurso denominado “Açores – 9 Ilha em flor”, que tinha como objectivo incentivar as pessoas a cuidarem dos seus jardins e varandas e ganharem o culto pela flor.
Foi, em nosso entender, uma excelente iniciativa, que se repetiu por quatro anos e ganhou muitas atenções, constituindo por isso uma mais valia para as nossas Ilhas que, nomeadamente na Primavera, se apresentaram bastante mais floridas.
Como todas as coisas teve o seu final, mas estamos convictos de que algo de positivo ficou, principalmente nas pessoas, e muitas foram, que dispensaram atenção ao convite da DRT.
No primeiro ano, o júri de avaliação para cada uma das Ilhas, constituído por cinco pessoas com conhecimentos diferenciados, percorreu estradas e caminhos para atingir os seus objectivos, logo se concluindo que tal não era tarefa fácil. Como inovação, no segundo ano, as pessoas eram solicitadas a inscrever-se na Junta de Freguesia da sua residência, e eram estes então objecto da visita do júri.
Escolhidos os vencedores, procedia-se, em data anunciada, à distribuição dos respectivos prémios, e era cerimónia que tinha lugar nas Câmaras Municipais, conferindo-se assim dignidade ao acto.
Vem isto a propósito de algumas conclusões que temos tirado ao deambular pela nossa Ilha de São Miguel, sempre atentos a estes e outros pormenores da nossa paisagem.
E, lamentavelmente, concluímos que, se por um lado existem muitas flores nesta época do ano, em contrapartida há zonas da Ilha que já não são o que foram há duas ou três décadas.
No concreto, o nosso Concelho do Nordeste, com toda a sua actual beleza paisagística, perdeu muitos dos seus pequenos recantos de estrada, que se apresentavam repletos de azáleas, rosas vermelhas e outras flores da estação.
Não ignoramos os custos de tal manutenção, mas faz-nos pena. Sabemos que são muitas vezes as vacas desgovernadas que causam prejuízos nos jardins, mas não está certo, e temos dúvidas se alguém se ocupa com a vigilância.
Temos saudades dos tempos dos “Cantoneiros”, homens que muito se orgulhavam do trabalho que faziam, e que testemunhamos.
Enfim, são os dias de hoje, que não são iguais aos de ontem, e fazemos votos para que os de amanhã sejam melhores, neste como noutros aspectos.
Não posso terminar este escrito sem referir um “lindo” pequeno jardim que admirei recentemente, embora de relance, na Freguesia de Ponta Garça, mesmo quase a chegar à subida da Gaiteira. Fronteiro a uma casa modesta, recuada, embora na minha caminhada de Romeiro, não pude deixar de admirar a profusão de flores, com predominância de rosas, e não me contive num gesto breve de admiração, bem recebido pelas residentes, que se encontravam à porta da casa. Bem hajam pelo seu trabalho.!

Manuel Oliveira
Guia Intérprete Regional
Secretário da Agira
oliveiracorisco@sapo.pt

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