sábado, 2 de maio de 2009

Artigo Açoriano Oriental Novembro 2008

NOVOS PONTOS DE INTERESSE NAS ILHAS – 6 (FLORES E CORVO)

Após termos revisto os novos pontos de interesse nas 5 ilhas do grupo central dos Açores, dedicamo-nos hoje ao que há de novo o ocidente, nas ilhas das Flores e Corvo. Embora estas ilhas, tradicionalmente, tenham estado afastadas dos fluxos turísticos principais, aos poucos a situação começa a mudar, com os principais operadores turísticos nacionais a começarem a propor Circuitos até estas ilhas. A recuperação do terminal do aeroporto das Flores, a construção de um novo hotel de quatro estrelas, a inaugurar brevemente, em Santa Cruz; o surgimento de uma Pousada no Corvo; a aquisição de uma lancha para a ligação entre ambas as ilhas (que, contudo, parece pecar pela reduzida capacidade – 12 passageiros apenas) são, entre outros, contributos importantes ao desenvolvimento do turismo nestas duas ilhas.


Flores:
• Casa Pimentel Mesquita: Outrora núcleo do Museu das Flores, esta casa, sofreu obras de vulto e foi adaptada a Biblioteca Pública, tendo aberto as suas portas no passado mês de Outubro; É um novo ponto de interesse, pois além da sua função actual, corresponde a um dos edifícios mais antigos da Vila de Santa Cruz, onde em tempos viveram governadores da ilha, sendo agora integralmente visitável;

• Centro Cultural e Ambiental do Boqueirão: Embora ainda se encontre em obras, devendo contudo ser inaugurado a breve prazo, este é um Núcleo museológico, sendo intenção que se transforme em exposição permanente sobre a actividade baleeira na ilha. Correspondeu á adaptação da antiga Fábrica da Baleia do Boqueirão, uma das maiores e mais representativas dos Açores, mas inclui a requalificação de toda a área exterior envolvente desta fábrica (e do hotel, em construção) incluindo a criação de um centro interpretativo nos antigos tanques do óleo, para revitalizar uma zona com excelentes vistas e potencial, mas que se encontrava até agora degradada.

• “Túmulo” do Pirata: não sendo uma novidade, é um marco muito pouco conhecido e perpetua a lembrança de uma das mais insólitas personalidades nascidas nos Açores. António de Freitas, natural das Flores, onde nasceu em finais do século XVIII, partiu para a China e dedicou-se a causas pouco nobres, como a pirataria, tráfico de ópio e tráfico de crianças pagãs. Terá sido dos piratas mais temidos do Extremo Oriente. Fez fortuna mas ao sentir-se ameaçado, resolveu regressar a ilha, ao Mosteiro, onde foi um benemérito (mandou construir a Igreja da S.ma Trindade, por exemplo). Pareceria reintegrado nos pacatos hábitos locais e talvez já poucos se lembrariam do seu passado quando ele próprio fez questão de o perpetuar – ainda em vida, mandou construir o seu próprio túmulo no cemitério, e nele gravar nada mais do que uma caveira e duas tíbias, o símbolo da pirataria. Este túmulo ainda pode ser visitado, no Cemitério do Mosteiro.

Corvo:
• Centro de Interpretação Ambiental e Cultural do Corvo: Inaugurado recentemente, embora ainda não em funcionamento pleno, este Centro pretende preservar a cultura da ilha e dar a conhecer “as diferentes cores, as mil e uma formas e os vários ritmos de vida” da mais pequena ilha do arquipélago. Este Centro pretende fazer um cruzamento entre os valores culturais e ambientais da ilha. Quando completo, o projecto pretende incluir zonas de exposição permanente e temporária, mediateca e oficina (apoio a actividades de campo).


Luís Daniel
luismanueldaniel@sapo.pt
Empresário e Guia-Intérprete Regional

1 comentário:

Maria das Mercês disse...

Hooray, viva, aleluia!
Ainda bem este blogue voltou à vida, e com os ó(p)timos textos que a AGIRA tem publicado no AO. Bem-haja!